BEGONIACEAE

Begonia espiritosantensis E.L.Jacques & Mamede

Como citar:

Julia Caram Sfair; Tainan Messina. 2012. Begonia espiritosantensis (BEGONIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

1.300,928 Km2

AOO:

16,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie ocorre no estado do Espírito Santo (Jacques, 2012).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Julia Caram Sfair
Revisor: Tainan Messina
Critério: A2c;B1ab(iii)+2ab(iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Begonia espiritosantensis, como o epíteto específico sugere, é uma espécie herbácea encontrada apenas no Estado do Espírito Santo, tendo uma distribuição bastante restrita (EOO=1124,59 Km² e AOO=16 Km²). Está sujeita a apenas quatro situações de ameaça, sendo uma delas a perda de habitat: os municípios onde a espécie ocorre perderam mais de 80% da vegetação nativa até 2011. Suspeita-se, portanto, que tenha havido uma redução populacional maior do que 50% nos últimos seis nos (considerando tempo de geração de cerca de dois anos para a espécie).

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita originalmente em Brittonia 56: 78 2004. A espécie pode ser diferenciada pelos indumentos estrelados, folhas codiformes, ferrugíneas no material herborizado, tépalas com coloração rosa a carmim, anteras obovadas, estigma multifendido, com papilas no ápice dos ramos e placenta bipartida (Jacques, 2002; Jacques; Mamede, 2004). Assemelha-se a Begonia acida Vell. e B. subacida Irmsch, embora estas não apresentem registro de ocorrência para o Estado do Espírito Santo (Jacques; Mamede, 2004).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica
Fitofisionomia: Ocorre em Floresta Ombrófila Submontana (Kollmann, 2012) junto a espécies de briófitas e pteridófitas crescendo em serrapilheira e humos entre rochas (Jacques; Mamede, 2004).
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane
Detalhes: Herbácea rizomatosa com cerca de 0,5 m altura, monóica, floração em julho a janeiro e frutificação em novembro a junho, cresce como rupícola em Floresta Ombrófila Submontana junto a espécies de briófitas e pteridófitas (Jacques, 2002; Jacques; Mamede, 2004; Kollmann, 2012).

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.4.2 Human settlement
A Área de Proteção Ambiental Mestre Álvaro, área de ocorrência da espécie, encontra-se pressionada pela urbanização constituindo-se em uma ilha florestal no aglomerado urbano. A vegetação da APA foi bastante degradada, persistindo a vegetação em diferentes estágios sucessionais ocupando de 43 a 57 % de área (Lemos, 2003).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Agriculture
A Mata Atlântica vemsofrendo ao longo dos anos intensa retirada de cobertura vegetal nativa,degradação do solo e introdução de espécies exóticas, visando a utilizaçãodestas áreas para plantios e pastagens (Young, 2005).

Ações de conservação (3):

Ação Situação
1.2.1.2 National level on going
Considerada "Deficiente de dados" (DD) pela Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 2.
Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
Considerada "Criticamente em perigo" (CR) pela Lista vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).
Ação Situação
4.4 Protected areas on going
Registro de ocorrência da espécie na Estação Biológica Mestre Álvaro, ES (Jacques; Mamede, 2004).